sexta-feira, 13 de junho de 2008

AMOR ou POSSE ?



O nosso amor pelo próximo não será o desejo imperioso de uma nova propriedade? E não sucede o mesmo com o nosso amor pela ciênica, pela verdade? E, mais geralmente, com todos os desejos de novidade? Cansamo-nos pouco a pouco do antigo, do que possuímos com certeza, temos ainda necessidade de estender as mãos; mesmo a mais bela paisagem, quando vivemos diante dela mais de três meses, deixa de nos poder agradar, qualquer margem distante nos atrai mais: geralmente uma posse reduz-se com o uso. O prazer que tiramos a nós próprios procura manter-se, transformando sempre qualquer nova coisa em nós próprios; é precisamente a isso que se chama possuir.

Cansar-se de uma posse é cansar-se de si próprio. (Pode-se também sofrer com o excesso; à necessidade de deitar fora, pode assim atribuir-se o nome lisonjeiro de «amor). Quando vemos sofrer uma pessoa aproveitamos de bom grado essa ocasião que se oferece de nos apoderarmos dela; é o que faz o homem caridoso, o indivíduo complacente; chama também «amor» a este desejo de uma nova posse que despertou na sua alma e tem prazer nisso como diante do apelo de uma nova conquista. Mas é o amor de sexo para sexo que se revela mais nitidamente como um desejo de posse: aquele que ama quer ser possuidor exclusivo da pessoa que deseja, quer ter um poder absoluto tanto sobre a sua alma como sobre o seu corpo, quer ser amado unicamente, instalar-se e reinar na outra alma como o mais alto e o mais desejável.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'
Amar VERDADEIRAMENTE é algo no mínimo raro. Alguns relacionamentos são baseados em ação reação (tempo todo) você me magoou (vou te magoar também) você me traiu( vou te trair também) encontrar(ou reencontrar) alguem que consiga fugir da lei ação/reação é quase impossível. Sei que existem casais que nao se deixam levar por ciumes ou inseguranças(o tempo todo) casais que se importam em crescer juntos, que se importam em fazer quase tudo juntos, que se importam um com o outro, que se importam com o mundo ao redor...Deixando crises de ciumes de lado. Há também os casais que só sentem ciumes(talvez por terem vontade de trair) e acabam achando que o parceiro(a) só pensa em nisso. E aí só falam em ciumes.
Alguns relacionamentos são semelhantes a busca por empregos...No começo tudo é perfeito (maquilado) ajustado para funcionar bem. Depois, de um tempo a rotina pega de surpresa, a paciência nao mais existe, o frio na barriga ...Cadê? O parceiro ou parceira começa a olhar para outros(as) com desejo, paixão...
Qual será o problema do relacionamento levemente monogâmico e com muito amor ?
Ainda existe AMOR ? Ou vivemos na época de amores expressos?
Nascemos de FATO para monogamia? Ou foi algo imposto pela sociedade(algo cultural/patriarcal ou religioso)?
Estar namorando e no mesmo ambiente sair pra beijar outra(o) é saudavel? é moderno?
Estaria o AMOR VERDADEIRO entrando em extinção?

Um comentário:

Taty Sputnik, disse...

Não gosto de Nietzsche. Ele é um poeta místico, um filósofo doente. Louco da sua pior loucura. Não assino em nada do que ele diz.
Nada!